As canções de Sara Bentes, cantora e repórter com deficiência visual da ONG Vez da Voz, estimularam a criação do coral de Língua de Sinais (LIBRAS), do Colégio Estadual Jandira Ponciano dos Passos, da cidade de Jussara, a partir da entrada de uma aluna surda na escola. O coral existe desde 2009 e conta com cerca de 40 alunos inscritos sob a orientação da educadora Liliana Casillo Pereira Lima e mais três professoras.
A experiência teve início a partir da busca de Liliana por material que pudesse ser ferramenta adicional em suas aulas e no “Projeto Vivendo Valores na Escola”. Ela encontrou, na web, o vídeo “O Som do Silêncio” ao qual já fiz referência neste blog. Depois da projeção do vídeo, foram realizados vários debates com os alunos, que mostraram interesse em aprender a se comunicar com uma pessoa surda. E começaram aprendendo uma música na língua dos surdos, uma estratégia lúdica que as professoras da escola utilizaram para introduzir o estudo da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS.
O trabalho continuou com outras músicas e foi ganhando expressão, as professoras foram preparando novas músicas para serem apresentadas e o Coral de Libras do Colégio Jandira passou a ser convidado para se apresentar fora da escola, como por exemplo, na tarde da Premiação do Concurso Goías na Ponta do Lápis, e na noite do II Recital de Poesia da Cidade de Jussara, ambos eventos na Biblioteca Municipal.
Hoje o Projeto Coral de Libras foi aprovado como uma modalidade educacional pela Secretaria Educacional de Goiás, funcionando - de forma efetiva - a partir de março de 2010. Desde então, além das músicas e do alfabeto da língua de sinais, os alunos têm a oportunidade, em seis horas semanais de aulas, de conhecer mais o universo das pessoas surdas ou com deficiência auditiva através de informações básicas como: quem é o surdo, como se portar diante de uma pessoa surda, acesso ao Dicionário Brasileiro de Libras e já estão sendo programadas várias aulas de pesquisa no site da Vez da Voz, segundo Liliana, que afirma: “os alunos e toda a equipe da instituição estão mais preparados para o contato com esse público”. Ações como esta devem ser divulgadas e multiplicadas para que a inclusão das pessoas surdas aconteça de fato.
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